Recebi uma amostra desse perfume da linha exclusiva da Chanel em dezembro e pensei: "Você é estranho. Eu gosto disso.". Claro que não pensei duas vezes quando vi um desapego desse bonito, em sua versão eau de toilette, e antes da reformulação que houve em 2012. Ou seja: estamos falando de uma joia aqui.
O site da Chanel o define como um perfume de ar livre (...) a evocação luminosa de uma primavera perfeita, com sua grama verde, suas folhas novas, seu vento leve. Um floral verde tenro e bucólico, um absoluto de frescor e de refinamento. O que eu absolutamente concordo. Mas perfume é também memória, e esse clima bucólico ao qual a Chanel se refere, faz também parte da minha infância e minha memória. O que me fez amar tanto a fragrância.
Bel Respiro foi criado por Jacques Polge, e foi lançado em 1920. Contém notas verdes, couro, gramas e flores.
Bel Respiro foi criado por Jacques Polge, e foi lançado em 1920. Contém notas verdes, couro, gramas e flores.
Bel Respiro recebeu esse nome em homenagem a uma das casas de campo de Mademoiselle Chanel, que se situava nos arredores de Paris. A casa é toda em tons de bege, preto e branco, incluindo decoração. As persinas pretas dão um toque diferente à casa que foi retratada magnificamente no filme Coco Chanel & Igor Stravinsky, de 2009, que você pode assistir o trailer aqui.
Vista de fora, com todos aqueles jardins ao seu redor, é a imagem completa desse perfume: Os jardins verdes representam a saída forte; o bege representa o calor que o couro dá ao perfume; e o preto e branco, essa mudança contrastante que acontece em diversos perfumes da Chanel. Esse é um daqueles perfumes que é lapidado milimetricamente.
ELE É VERDE.
Definitivamente, verde. Mas não faz estilo Nº19 da mesma casa ou o Versense da Versace. Não se assemelha ao Chance eau fraiche de maneira nenhuma. E, apesar de eu já ter comparado ele ao Nº 19 Poudre, eu vou retirar o que disse.
Esse é um verde que me remete à infância, quando minha mãe me fazia chá quando estava doente. Ela tirava as folhas da erva cidreira e deixava secando dentro do forno. Aquele cheiro de folha secando é o que eu sinto na saída desse perfume. É uma saída que assusta os acostumados aos gourmands de hoje em dia, é bom deixar claro.
Logo depois dessa saída, o couro aparece, o que deixa o perfume um pouco mais quente. E faz parecer que você passou horas deitada na grama aproveitando o clima ameno.
Por algum motivo que eu não sei qual, a maioria dos perfumes da Chanel ficam com um drydown mais doce em mim. Acontece com o fraiche, tendre, chance edp, Nº5 (que chega a ficar cremoso) e eau prémiere. Com esse daqui é a mesma coisa.
Desde que ele chegou, não consigo usar outra coisa. Já testei alguns layerings e as melhores combinações foram com o Daisy de Marc Jacob e Nº5 L'eau de Chanel.
Recomendo tentar.