A imagem abaixo foi repostada por um amigo ontem, 1 dia depois dos ataques terroristas a Paris. No mesmo dia que o Facebook disponibilizou um aplicativo para mudar a nossa foto com as cores da bandeira da França e que todo mundo compartilhou um foto com a hashtag #PrayForParis.
Os mais incomodados foram aqueles que perceberam uma "falta de sensibilidade" com a realidade brasileira em Minas Gerais e lançaram a hashtag #PrayForMinasGerais. Os que queriam acabar com a briga lançaram o #PrayForWorld.
O que eu tenho a dizer sobre tudo isso?
Não adianta orar pelo mundo, se o incômodo só acontece quando o ataque é a um país central ("desenvolvido", "rico", "primeiro mundo": use o termo que quiser).
É incrível o poder que a mídia tem na cabeça das pessoas. Elas até conseguem acreditar que estão orando pelo mundo através de uma hashtag #PrayForWorld. Elas só esquecem que lembrar do mundo nesse momento só configura como uma ignorância sobre o que acontece com o próprio mundo.
Todos os dias na África existem milhares de mortos por conflito ou por fome. Ninguém lembrou de colocar a bandeirinha do Kenya quando houve um massacre de grandes proporções em uma ESCOLA. Eu não culpo as pessoas. Afinal, a mídia esqueceu logo o que aconteceu.
Todos os dias no Oriente Médio, outros episódios terroristas acontecem e esquecem de rezar por eles.
Aqui no Brasil, não só Minas precisa de ajuda. A juventude (em especial a negra, pobre, da favela), sem saúde ou educação sofre. Sofre pela polícia, pelo tráfico, pela falta de oportunidade.
Mas a gente só se lembra de rezar por eles, quando Paris sangra.
Não querendo diminuir o fato. É triste ver uma população (e aqui eu gostaria de complementar com "qualquer população") sofrendo ataques dessa forma, mas eu gostaria de pedir a você que rezou por Paris, que não deixe de rezar um segundo pela América Latina, pelo Oriente Médio, pela África.
Não deixe de rezar.
Não deixe de pensar.
Não deixe de lembrar.
Não deixe de se incomodar.
TODOS OS DIAS