Senta que lá vem história:
Não acabei de ler, nem de reler, mas acho que e esse é um livrinho mega importante pra mim e senti vontade de escrever sobre ele para realmente iniciar a escrever para esse blog.
Antes de mais nada: estão vendo o autógrafo? [sorriso de um milhão de anos-luz se abre] É. Morro de amores por ele.
Minha admiração pelo Amyr Klink é culpa de meu pai, que sempre foi fã e adora citar o velejador durante o dia-a-dia. E eu, que sempre tive aquele "tino" pra ciência, comecei a adorar o Amyr depois daquel quadro que tinha no fantástico, vocês lembram?
Em 2007, na Bienal do Livro, eu descubro que tem ALGUÉM autografando livros. ADIVINHA QUEM? ;)
Na época, meu pai tinha ido comprar o livro dele Linha d'Água (um que está pra lista) e não podia perder a oportunidade, né? Quando estávamos na fila, meu pai pergunta: "E você não vai querer autógrafo dele não?". Nem precisou perguntar duas vezes, né? Peguei o pocket do livro que eu já ia começar a ler (meu pai já tinha ele em casa) e corri pra fila.
Juro que foi a primeira e última vez que entrei numa fila para pegar autógrafo de alguém.
Peguei meu autógrafo, conversei um pouquinho com ele (o papo rendeu quando eu disse que ia começar um curso de biologia) e sai de lá com o coração batendo tão forte que cada sístole e diástole parecia uma bomba de mil! [/groupie]
Sobre o livro:
O livro é um relato sobre uma viagem do Amyr, feita em 1984, do porto de Lüderitz, na Namíbia (que faz fronteira com a África do Sul), no sul da África até a praia da espera no litoral baiano. Nada demais? Ah, sim! Esqueci de dizer que ele foi em um BARCO A REMO [sem mais]. É. Ele atravessou o Atlântico Sul em um barco a remo.
Um pouco de geografia antes de continuar:
Antes que você diga "impossível", deixa eu tentar deixar claro aqui que o Amyr não foi completamente sem juízo pro meio do nada no mar num barco a remo. Então, pra quem não entende muito disso, deixa eu tentar dar uma explicação rápida.
Tente pegar um copo com gelo e água e fazer movimentos giratórios. Você vai perceber que toda a água e gelo vai movimentar seguindo o movimento do copo. Com a Terra é mais ou menos a mesma coisa. Com o movimento de rotação, toda a parte "móvel" (líquidos e gases) tende a seguir à mesma lógica (chamada de Física, por algumas pessoas =P). Como a Terra é uma "bola", em diferentes áreas, o movimento será diferente. Quer dizer, no Equador tem um movimento pra um lado e nos Pólos, outro. Isso acaba criando um movimento circular nos ventos.
Assim, o Amyr teria que se desgastar menos indo da África para o Brasil do que do Brasil para a África. Isso por que indo no sentido África-Brasil, com a ajuda dos ventos, ele subiria o mapa, estando mais perto do equador. No caso da viagem Brasil-África, ele desceria o mapa, indo parar perto do pólo sul.
[Acho que falei muito aqui, mas espero que tenha dado para entender].
Enfim, continuemos...
Voltando ao livro:
Se imagine no meio do oceano Atlântico, sozinho, em um barco a remo. Esse livro é um relato não só sobre uma viagem de aventura, mas sobre o fato de um homem se encontra sozinho, no meio do nada, dando importância às mínimas coisas, como ondas de rádios vindas do seu país de origem.
O encontro com baleias e tubarões. Tudo ali tão pertinho e a única proteção para si era aquele barco mínimo, que qualquer movimento brusco de um bicho como uma baleia poderia fazê-lo virar. Falar com pássaros, dar nomes a ondas: tudo isso é o imaginário de uma pessoa mostrando a necessidade de estar entre pessoas e, de vez em quando, conversar.
Gosto muito de ler memórias pelo fato de aprender muito com as experiências de pessoas que eu admiro e não tenho a oportunidade de conversar durante algum tempo. Nesse livro, o Amyr mostra toda a arte do planejamento e controle de operações (ele é formado em Economia pela USP e pós graduado em Administração pela Mackenzie). O que é melhor numa viagem dessa? Remar o dia todo, todos os dias e sentir o cansaço todo de uma vez, ou fazer um esquema de trabalho onde se possa descansar e continuar a remar depois disso? Além da história de uma viagem, é também um ensinamento para a gente analisar tudo o que a gente faz na vida.
Mais uma curiosidade em minha vida:
A última vez que reli esse livro, foi no primeiro semestre de 2010. Na época, estava fazendo uma matéria chamada Administração de Recursos Ambientais, com a pessoa que eu acho mais parecida com o Amyr perto de mim, que é o querido professor Ronan Caires de Brito. Ele contava em sala sobre uma viagem que ele tinha feito da costa brasileira até a Europa e eu não conseguia mais nem assistir aula, nem ler o livro sem fazer uma relação entre os dois.
E depois que eu peguei uma matéria de Gerenciamento de Ambientes Costeiros e a semelhança entre os dois só fez aumentar!
Post grande né? Mas eu falei que o livro era especial demais. Achei que merecia esse espaço aqui. Se você leu até aqui, muito obrigada, e fica a dica de leitura, e ONDE comprar o livro:
No Submarino você encontra a Versão Original e a Versão Pocket. Na Livraria Cultura também tem a Versão Orginal e a a Versão Pocket.
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P.S.: Que post trabalhoso, viu? Ficou grande, mas acho que valeu a pena. ;) Me empolguei com o livro! Desculpa se fui chata!
Minha admiração pelo Amyr Klink é culpa de meu pai, que sempre foi fã e adora citar o velejador durante o dia-a-dia. E eu, que sempre tive aquele "tino" pra ciência, comecei a adorar o Amyr depois daquel quadro que tinha no fantástico, vocês lembram?
Em 2007, na Bienal do Livro, eu descubro que tem ALGUÉM autografando livros. ADIVINHA QUEM? ;)
Na época, meu pai tinha ido comprar o livro dele Linha d'Água (um que está pra lista) e não podia perder a oportunidade, né? Quando estávamos na fila, meu pai pergunta: "E você não vai querer autógrafo dele não?". Nem precisou perguntar duas vezes, né? Peguei o pocket do livro que eu já ia começar a ler (meu pai já tinha ele em casa) e corri pra fila.
Juro que foi a primeira e última vez que entrei numa fila para pegar autógrafo de alguém.
Peguei meu autógrafo, conversei um pouquinho com ele (o papo rendeu quando eu disse que ia começar um curso de biologia) e sai de lá com o coração batendo tão forte que cada sístole e diástole parecia uma bomba de mil! [/groupie]
Sobre o livro:
O livro é um relato sobre uma viagem do Amyr, feita em 1984, do porto de Lüderitz, na Namíbia (que faz fronteira com a África do Sul), no sul da África até a praia da espera no litoral baiano. Nada demais? Ah, sim! Esqueci de dizer que ele foi em um BARCO A REMO [sem mais]. É. Ele atravessou o Atlântico Sul em um barco a remo.
Um pouco de geografia antes de continuar:
Antes que você diga "impossível", deixa eu tentar deixar claro aqui que o Amyr não foi completamente sem juízo pro meio do nada no mar num barco a remo. Então, pra quem não entende muito disso, deixa eu tentar dar uma explicação rápida.
Tente pegar um copo com gelo e água e fazer movimentos giratórios. Você vai perceber que toda a água e gelo vai movimentar seguindo o movimento do copo. Com a Terra é mais ou menos a mesma coisa. Com o movimento de rotação, toda a parte "móvel" (líquidos e gases) tende a seguir à mesma lógica (chamada de Física, por algumas pessoas =P). Como a Terra é uma "bola", em diferentes áreas, o movimento será diferente. Quer dizer, no Equador tem um movimento pra um lado e nos Pólos, outro. Isso acaba criando um movimento circular nos ventos.
Assim, o Amyr teria que se desgastar menos indo da África para o Brasil do que do Brasil para a África. Isso por que indo no sentido África-Brasil, com a ajuda dos ventos, ele subiria o mapa, estando mais perto do equador. No caso da viagem Brasil-África, ele desceria o mapa, indo parar perto do pólo sul.
[Acho que falei muito aqui, mas espero que tenha dado para entender].
Enfim, continuemos...
Voltando ao livro:
Se imagine no meio do oceano Atlântico, sozinho, em um barco a remo. Esse livro é um relato não só sobre uma viagem de aventura, mas sobre o fato de um homem se encontra sozinho, no meio do nada, dando importância às mínimas coisas, como ondas de rádios vindas do seu país de origem.
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Barco usado pelo Amyr na viagem. Foto retirada do blog Blogeando |
Gosto muito de ler memórias pelo fato de aprender muito com as experiências de pessoas que eu admiro e não tenho a oportunidade de conversar durante algum tempo. Nesse livro, o Amyr mostra toda a arte do planejamento e controle de operações (ele é formado em Economia pela USP e pós graduado em Administração pela Mackenzie). O que é melhor numa viagem dessa? Remar o dia todo, todos os dias e sentir o cansaço todo de uma vez, ou fazer um esquema de trabalho onde se possa descansar e continuar a remar depois disso? Além da história de uma viagem, é também um ensinamento para a gente analisar tudo o que a gente faz na vida.
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Algumas capas do livro. A versão em inglês (adorei essa). A versão Original com capa da Companhia das Letras. A versão Pocket. A versão em espanhol. |
A última vez que reli esse livro, foi no primeiro semestre de 2010. Na época, estava fazendo uma matéria chamada Administração de Recursos Ambientais, com a pessoa que eu acho mais parecida com o Amyr perto de mim, que é o querido professor Ronan Caires de Brito. Ele contava em sala sobre uma viagem que ele tinha feito da costa brasileira até a Europa e eu não conseguia mais nem assistir aula, nem ler o livro sem fazer uma relação entre os dois.
E depois que eu peguei uma matéria de Gerenciamento de Ambientes Costeiros e a semelhança entre os dois só fez aumentar!
Post grande né? Mas eu falei que o livro era especial demais. Achei que merecia esse espaço aqui. Se você leu até aqui, muito obrigada, e fica a dica de leitura, e ONDE comprar o livro:
No Submarino você encontra a Versão Original e a Versão Pocket. Na Livraria Cultura também tem a Versão Orginal e a a Versão Pocket.
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P.S.: Que post trabalhoso, viu? Ficou grande, mas acho que valeu a pena. ;) Me empolguei com o livro! Desculpa se fui chata!